sábado, 2 de junho de 2012

São Patrício, o padroeiro de Alvalade. (Crónica)


Metalist 2-0 Sporting

44' Wolfswinkel
57' Cristaldo
Foi só a mim que deu a impressão que o Rui já nem precisa de se esforçar? Fiquei com a ideia que no penalty e nos restantes lances que defendeu o rapaz podia estar encostado ao poste com uma mini e um pires de tremoços num belo repasto com o Paulinho que acabava por não deixar passar (quase) nada na mesma.
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Duvidei bastantes vezes da conduta sexual da sua mãe durante os primeiros minutos. Os passes errados sucediam-se e causavam perigo para o Metalist. Houve então um ponto de viragem em que JP pensou "Que raio?! estes *discurso censurado por ser o João Pereira* já dão trabalho que chegue sem a minha ajuda." A partir daí afirmou-se como uma unidade de rigor na direita, obrigando o melhor "ucraniano" (Taison) a  procurar pastos mais verdes. Na hora do aperto continuou a contribuir defensivamente com bons cortes e a ocasional saída para o ataque.
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Fartou-se de coleccionar bons corte e boas antecipações. Mas como todos sabemos, um jogo de Polga sem uma casa é como um jardim sem flores. Desta vez lembrou-se de em vez de subir no terreno para cobrir Devic e deixar Cristaldo em fora-de-jogo fazer uma Polguice e recuar até deixar o Argentino em posição de o comer de cebolada mais uma vez e rematar para golo.
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O Xerife hoje teve azar, apanhou com um motim digno dos calabouços do Carandirú. Na primeira parte enquanto só teve Cristaldo pela frente cumpriu sem problemas só levando uma valente rabanada do furacão Taison, foi quando teve de lidar também com Devic que o gato começou a chegar-se perigosamente perto das filhoses. Tal como o seu colega do lado teve uma actuação razoável até (e depois) ao lance do golo onde foi papado.
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O caudal ofensivo dos Ucranianos causou muita mossa ao argentino. Obrigou-o antes de mais a abdicar quase por inteiro do ataque, obrigou-o também a fazer algumas decisões bem precipitadas e que podiam ter custado caro (Penalty totalmente desnecessário). Devido à sua tendência de fechar sempre no meio, foi apanhado varias vezes em penetrações pelas costas. Jogo menos conseguido do que o habitual.
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Ponto prévio; se eu tivesse uns pés como os deste rapaz nem me levantava da cama de manhã com medo de os estragar. A trinco, a número 10, 8 ou outro que tal começa a formar-se na minha cabeça a ideia que este rapaz vai ser a figura de referência do nosso meio-campo num curtíssimo espaço de tempo. Vê-lo a partir para o corte e depois para o ataque com a calma de um membro da brigada anti-bombas deixou-me extasiado.
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Deixou a exuberância para o "puto" do lado e pautou-se pelo trabalho invisível que para o comum adepto pode ser pouquinho, mas para qualquer mister é a diferença entre dormir descansado à noite ou acreditar em monstros de leste dentro do armário.


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A influência que normalmente põe em campo não se fez sentir e a equipa ressentiu-se, o lateral adversário teve muito mais liberdade que o habitual com Izmailov e isso contribuiu muito para os momentos de aperto que sentimos ao longo da segunda parte.


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Talvez afectado pelo estado do relvado, El Crá neste jogo foi uma sombra de si próprio. Quase sempre inofensivo no ataque, o que fez aumentar ainda mais a carga defensiva do meio campo recuado do Sporting. Não surpreendeu portanto que tenha sido o primeiro a ir para o banho.


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Com jogadores destes, a magia acontece. Começou mal, como os companheiros, mas com uma grande diferença, a abnegação, a raça que mesmo quando as coisas não saem bem faz o espanhol partir pra cima de toda a gente, a vontade que faz tanto Sportinguista chamá-lo de fução, o coração que o faz nunca desistir mesmo quando o barco resvala e ameaça afundar. O Nosso Diego não me dá uma única hipótese de não gostar dele, mal comecei a abrir a boca pra tentar deitá-lo abaixo o raio do rapaz saca-me uma assistência milimétrica para golo, assim não dá Diego mas por favor não mudes.
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A exibição do Lobo fez-me lembrar o Verão. Isto porque só no pico do Verão existem melgas desta estirpe, daquelas filhas da mãe que andam todo a santa noite sozinhas a zumbir-nos aos ouvidos zzz praqui, zzz prácolá, um gajo enxota-as uma e outra vez e quando pensamos que o bicho está morto, ele aparece e ZAU deixa a sua marca. (Qualquer semelhança desta metáfora com a exibição de Wolfswinkel, não é pura coincidência).
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Teve a missão de sempre, imprimir o físico e varrer tudo e todos, no entanto o que a sua entrada significou foi um claro sinal para meter a marcha atrás. Esteve mal? Nem de longe mas continua a não me convencer a 100%.


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A sua missão também era bastante clara, imprimir calma e critério de posse de bola a um meio campo que precisava de uma presença pacificadora como de pão para a boca. Se o conseguiu ou não, depende do critério de cada um, a verdade é que não mais o Metalist chegou com perigo até Rui Patrício.


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Sentiu-se como peixe na água, um jogo onde não precisa de atacar é uma bênção para Evaldo. Quando só lhe pedem para defender podemos sempre contar com o ele, para atacar é que é pior, mas isso são historias para outro livros.


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MVP: Rei Patrício

Eu no fundo percebo porque é que Ínsua cometeu aquele penalty estupido, é que nesta altura mandar um jogador adversário para a pinta enfrentar o nosso nº1 é o equivalente a mandar uma charutada na chincha directo pró Alvaláxia. A cada jogo que passa me convenço mais que Polga dá as suas casas não por ser trepo mas apenas para fazer o adversário passar pela humilhação de ver o Rui a tirar-lhe o pão da boca, tenho quase a certeza que vi Xandão a dar uma gargalhada quando Taison passou por ele na 1ª parte como que a dizer "Pô rapâ cê pensa que me sacaneou mas você é que vai papá o Mico porque o Rui vai zôar na tua cara." Eu compreendo-os e fazia a mesma coisa. LONGA VIDA AO REI.

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