domingo, 10 de junho de 2012

O Peru Que Alimenta o Leão. (Crónica)


Sporting 2-1 Académica

27' Carrillo
44' Polga (a.g.)
77' Wolfswinkel
Se Patrício fosse professor seria o terror dos seus alunos, no teste de Alvalade pelo menos, todos os estudantes foram corridos a nega.


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Tal como acontece no Punto do Isaac, muitos quilómetros seguidos partem-te a junta da colaça João. Enquanto se aguentou, foi o João de sempre, poucas veleidades deu a D. Valente e a atacar foi combinando as suas boas arrancadas com alguns passes em falso que me fizerem saltar do sofá e insinuar que a sua mãe recebe contrapartidas financeiras por favores corporais.
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Polga é um caso raro de pessoa. Daquelas que no único dia em que se esquecem do guarda-chuva apanham dilúvio, daquelas que semanalmente escolhem o 26 na lotaria pra no sorteio verem sair o 27, daquelas que demoram 9 épocas para marcar um golo e quando o marcam ele sai na baliza errada. Pelo menos já tem uma história pra contar aos netos: "Em 2012 só consegui marcar um golo, mas ao menos foi ao melhor Guarda-redes do mundo". Defensivamente impecável, ofensivamente marcou o golo mais bonito da noite.
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Que senhor central, a sua imponente figura faz-me lembrar a inevitabilidade do destino, um gajo bem lhe foge, bem se esconde dele, mas no fim acaba sempre por nos apanhar. Secou tudo o que vestia de branco com a calma de não deve nada a ninguém. Único reparo, continua com muita dificuldade a sair a jogar tem dificuldades em soltar a bola para diante preferindo jogar sempre pra trás.
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Desta vez menos exuberante do que nos tem habituado, limitou-se a ser intransponível cá atras, se fosse com Evaldo estaria eu a mandar mais foguetes que o Porto em noite de S. João por este acontecimento, mas era o Ínsua e com estes estamos muito mal habituados.


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É compreensível quando os Sportinguistas dizem que o homem só joga pra trás, de facto em jogo corrido assim parece, mas o que nós como adeptos temos dificuldade em reparar é nos súbitos desaparecimentos dos meios campos adversários em quase todos os jogos que o Brasileiro participa. Pode ser (como foi neste jogo) as vezes um pastelão a sair para o ataque, mas a defender digo que não há pai para ele.
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O cansaço de ser indiscutível desde o primeiro momento começa a bater também ao Holandês, vê-se bem que já não tem aquela frescura que o deixava ser como uma manta que cobria todo o meio campo. Agora tem de se contentar em ser uma tolha de rosto, daquelas que causam o caos a todos os futebolistas amadores por fazerem o seu trabalho na mesma, mas não darem para cobrir dependurezas e nalguedo em simultâneo na hora do balneário.
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O nosso canhão de vidro começa a apresentar algumas rachas, a sua falta de frescura física foi evidente em todo o jogo o que fez o chileno desaparecer da partida com a mesma velocidade de uma secção de higiene pessoal em dia de promoção do Pingo Doce.


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Imagino que jogar contra o Peruano seja equivalente a desminar um campo em tempo de guerra, um tipo pode andar muito descansadinho no meio do mato e quando menos espera, BOOM! leva uma bojarda de cabeça, BLAM! perde um rim, KAPUM! leva um estoiro na trave. Pode só aparecer durante 10 minutos em 90, mas se forem 10 minutos destes não me ouvirão a queixar.
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O grande Roberto Carlos nos seus últimos anos de Real Madrid dizia: "Posso só fazer 3 sprints por jogo, mas o adversário vai senti-los a todos." O mesmo se passa com a nossa lambreta, já não corre à desalmado como nos lembramos no início da época, agora (se calhar por pena da defesa contraria), faz um par de sprints em cada metade, no entanto cada um desses sprints é sinal que alguém vai ficar em estado lastimável, desta vez foi o pobre Cedric.
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Anda desaparecido durante 89 minutos, muito por culpa dos seus colegas de equipa, mas no minuto que aparece decide. Só se dá por ele quando posa pra foto da equipa e quando corre em direcção à bancada para festejar mais um golo, no intervalo dessas acções é como um fantasma a pairar sobre a defesa adversaria, eles nunca o vêem, mas aquele arrepio no cachaço nunca os deixa descansados.
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Chega aquela altura na carreira de certos jogadores em que têm de receber a honra maior do futebol, uma alcunha dos adeptos. “O Famel”, “O Czar” ou “O Folga”. Martins merece-o cada vez mais (apenas mais um jogo que foi um cérebro em campo), matei a cabeça a pensar no tema mas não cheguei a nenhuma conclusão, no entanto fica a intenção, prá semana quero chamá-lo de “O Intocável” porque creio que vai ser peça chave pra destruir a corrupção do Al Capone do Norte.
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Sortinha Bruno, ainda na quinta estouraste os créditos todos que o pai Sá te deu nas arcadas de Bilbao e até se calhar pensaste que tão cedo não tinhas guito outra vez. No entanto calhou-te bem tiveste mais uma oportunidade e desta vez valeste o dinheiro que recebes. Dedica-te à lateral direita que aí terás um belo futuro.
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Depois da decisão do Lobo, a decisão de Sá. Tamos a ganhar, há que botar trancas na porta e como já diz a música dos Caça Fantasmas: “Se algo estranho se passa e nem tudo está bem, quem é que vais chamar? Daniel Carriço”.


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MVP: André Carrillo

Que evolua um pouquinho mais na sua tomada de decisão e será outro menino d’Ouro a sair de Alvalade, a qualidade que tem naqueles pezinhos não deixa ninguém indiferente, tal como a tendência que tem muitas vezes em tomar as decisões erradas, não desta vez puto, desta vez quase tudo o que fizeste foi acertado e como tal o título de MVP só pode ter um recipiente. Continua assim rapaz e serás o melhor antidepressivo para os Sportinguistas nas vezes que perdermos o Czar.

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