sábado, 24 de novembro de 2012

Apocalipse Segundo S. Patrício.















Já não sou um homem religioso há muito tempo, mas o Sporting de hoje em dia voltou a incutir-me o gosto pelo livro da palavra.

Uma parte em especial desse livro é relevante para o meu clube. São João (numa aventura que me põe na duvida se o homem não se terá perdido no mato e comido uns cogumelos manhosos) vê cavaleiros, anjos, trompetas, cordeiros e bichos com números na moleira.

Ora nós podemos não ter um S. João mas temos um São Patrício e esse também já ouve as trompetas, na Bíblia são só 7, em Alvalade todas as semanas são às 20 e 30 mil a bufar das bancadas.

Os cavaleiros do apocalipse Sportinguista também já rondam, a Fome (de títulos) já a sentimos há muito, a Pestilência do mau futebol cada vez mais infecta o leão e a Guerra que assola o nosso clube faz o cavaleiro vermelho sorrir de alegria. A Morte será o único que ainda cá não chegou, mas pelo andar da carruagem já lhe ouço os cascos na segunda circular.

sábado, 3 de novembro de 2012

Eu Não Acredito Em Bruxas Mas...


Além de Sportinguista considero-me um amante do desporto rei, adoro o futebol e por isso gosto de procurar padrões e outras pequenas coincidências na aparente aleatoriedade da chicha.

Um desses padrões que me tem vagueado pela moleirinha nos últimos dias vem dos tempos idos do inicio do milénio: Ano ido de 2000, Inácio entra para o comando técnico d’O Maior depois de um arranque aos solavancos e com uma pequena ajuda das prendas natalícias no sapatinho do Leão quebra o jejum de 18 anos, lembram-se? Pois mas isso não tem nada que ver com este texto, foi apenas um pequeno doce para cortar a azia que invade as entranhas dos Sportinguistas com o “futebol” que a equipa pratica nestes dias. Lembrem-se dos livres do Cruz, das defesas do Peter e dos golos do Beto e sejam felizes.

Este texto e o padrão nefasto que me invade a psique prende-se sim com a época 2000-2001 e sucessivas com o mais recente membro do panteão dos “Grandes”, o Boavista de Jaime “Churchill” Pacheco o tal que munido de um batalhão de tanques futebolísticos que de classe tinham pouco sacou da cartola o maior coelho da historia recente do futebol português.
Sou nascido e criado na Invicta e toda a minha vida futebolística foi de conflito (muitas vezes de guerrilha) contra adeptos andradianos, esses eram uma pedra no meu sapato. No entanto sempre nutri alguma simpatia pelo segundo grande do Norte, eram os meus camaradas da subversão portista, os únicos que igualavam a minha aversão a todas as tramas draconianas que como a teia de Shelob se estendiam a partir das Antas. Foi com alguma alegria que depois do afastamento precoce do leão do titulo vi as panteras com as garras (e os pitões) à vista, varrendo tudo o que aparecia rumo ao titulo, gostei, foi como um premio de consolação pra mim.

No entanto o rugido da pantera era apenas o estrebuchar final do bicho contra o insidioso veneno que lhe corroía o corpo, a geração Loureiro, apregoada como a encarnação de Deus vestido ao xadrez na Terra encaminhavam o nobre Boavista para o abismo. Depois da gloria, a ruina. Anos consecutivos de desfalques, escândalos e negociatas abateram o negro felino.
Grande felino, ruina e direcção são as palavras chaves a reter, estou certo que já vos passou a ideia pela cabeça, os paralelismos são incontornáveis. Movimentações directivas sombrias, anos desprovidos de títulos, gradual perda de força futebolística, um imponente felídeo no símbolo?! Estou certo que nunca seremos motivo de tal chacota legislativa, mas o estado actual do meu clube não me deixa muita confiança.

A quem nos cabe tirar deste fosso? Ao presidente Godinho e seus súbditos, já lhes tive mais confiança, já lhes dei mais crédito mas acredito que chegaremos a bom porto, acredito que nos podemos salvar do declínio em que entramos e acredito que não precisarei de recorrer muito mais tempo a memoria decanas para manter a chama verde a brilhar com vigor.