Além de Sportinguista considero-me um amante do desporto
rei, adoro o futebol e por isso gosto de procurar padrões e outras pequenas
coincidências na aparente aleatoriedade da chicha.
Um desses padrões que me tem vagueado pela moleirinha nos
últimos dias vem dos tempos idos do inicio do milénio: Ano ido de 2000, Inácio
entra para o comando técnico d’O Maior depois de um arranque aos solavancos e
com uma pequena ajuda das prendas natalícias no sapatinho do Leão quebra o
jejum de 18 anos, lembram-se? Pois mas isso não tem nada que ver com este
texto, foi apenas um pequeno doce para cortar a azia que invade as entranhas
dos Sportinguistas com o “futebol” que a equipa pratica nestes dias. Lembrem-se
dos livres do Cruz, das defesas do Peter e dos golos do Beto e sejam felizes.
Este texto e o padrão nefasto que me invade a psique
prende-se sim com a época 2000-2001 e sucessivas com o mais recente membro do
panteão dos “Grandes”, o Boavista de Jaime “Churchill” Pacheco o tal que munido
de um batalhão de tanques futebolísticos que de classe tinham pouco sacou da
cartola o maior coelho da historia recente do futebol português.
Sou nascido e criado na Invicta e toda a minha vida
futebolística foi de conflito (muitas vezes de guerrilha) contra adeptos
andradianos, esses eram uma pedra no meu sapato. No entanto sempre nutri alguma
simpatia pelo segundo grande do Norte, eram os meus camaradas da subversão
portista, os únicos que igualavam a minha aversão a todas as tramas draconianas
que como a teia de Shelob se estendiam a partir das Antas. Foi com alguma
alegria que depois do afastamento precoce do leão do titulo vi as panteras com
as garras (e os pitões) à vista, varrendo tudo o que aparecia rumo ao titulo,
gostei, foi como um premio de consolação pra mim.
No entanto o rugido da pantera era apenas o estrebuchar
final do bicho contra o insidioso veneno que lhe corroía o corpo, a geração
Loureiro, apregoada como a encarnação de Deus vestido ao xadrez na Terra
encaminhavam o nobre Boavista para o abismo. Depois da gloria, a ruina. Anos
consecutivos de desfalques, escândalos e negociatas abateram o negro felino.
Grande felino, ruina e direcção são as palavras chaves a
reter, estou certo que já vos passou a ideia pela cabeça, os paralelismos são
incontornáveis. Movimentações directivas sombrias, anos desprovidos de títulos,
gradual perda de força futebolística, um imponente felídeo no símbolo?! Estou
certo que nunca seremos motivo de tal chacota legislativa, mas o estado actual
do meu clube não me deixa muita
confiança.
A quem nos cabe tirar deste fosso? Ao presidente Godinho e
seus súbditos, já lhes tive mais confiança, já lhes dei mais crédito mas
acredito que chegaremos a bom porto, acredito que nos podemos salvar do declínio
em que entramos e acredito que não precisarei de recorrer muito mais tempo a
memoria decanas para manter a chama verde a brilhar com vigor.
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